Nesta segunda-feira (21), a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) enviou uma carta ao grupo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O documento é assinado pelas 150 entidades ambientalistas que compõe a Rede, entre elas a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). No texto, a RMA alerta para os ataques que tem enfraquecido a proteção do meio ambiente nos últimos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro e para necessidade de interromper esse processo de desmonte que afeta todos os biomas do país.
O documento ressalta que o desmatamento da Mata Atlântica voltou a crescer num ritmo acelerado. Apenas no último ano, entre 2020 e 2021, floresta atlântica perdeu 21.642 hectares, uma área equivalente à cidade de Recife e a cifra mais alta desde 2016. “Além do desmatamento, o incentivo ao armamento e as propostas de legalização da caça ampliaram os riscos a que está submetida a fauna nativa do bioma”, acrescenta o texto.
Entre as recomendações, as organizações indicam que o novo governo deveria ter como ação prioritária a efetivação do Fundo Mata Atlântica, mecanismo estabelecido pela Lei da Mata Atlântica em 2006, mas que até hoje carece de regulamentação e, portanto, de implementação. “Essa lacuna compromete a ampliação e efetivação dos planos municipais de conservação e recuperação da Mata Atlântica”, reforça o documento.
Além disso, a implementação das unidades de conservação, assim como a criação de novas áreas protegidas, devem ser outro ponto de alerta para o novo governo federal, com destaque para ecossistemas como os campos de altitude e as restingas.
Leia o documento completo enviado pela RMA ao grupo de transição do novo governo.