Associação Mico-Leão-Dourado

A Associação

Missão

A Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) tem caráter científico, social e educacional e sua missão é promover a conservação da Mata Atlântica na baixada costeira do estado do Rio de Janeiro, e toda sua fauna característica, em particular o mico-leão-dourado. Com isso, a AMLD contribui também para assegurar a qualidade de vida de toda a população da região.​

História

No início dos anos 1960, o primatólogo Adelmar F. Coimbra Filho estabeleceu as bases para um programa de salvamento do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, ou seja, que ocorre apenas na região. Na época, restavam cerca de 200 micos na natureza. O Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado começou na década de 1970, por meio da cooperação entre o Instituto Smithsonian/Zoológico Nacional de Washington, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF, extinto em 1989) e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (atualmente INEA-RJ), através do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ).


O compromisso entre estas instituições transformou-se num amplo esforço para preservar, proteger e estudar o mico-leão-dourado e seu habitat. Desde 1992, esse trabalho é liderado pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) e conta com uma rede de parceiros. 


Reconhecendo a situação crítica do habitat da espécie, o IBDF criou, em 1974, a Reserva Biológica de Poço das Antas, a primeira unidade de conservação dessa categoria no Brasil, que possui o caráter mais alto de proteção. Hoje quem faz a gestão da área protegida é o ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, braço do Ministério do Meio Ambiente responsável pelas unidades de conservação federais.  


A conservação de espécies como o mico-leão-dourado requer a identificação dos fatores que ameaçam a sua sobrevivência. Através da técnica conhecida como Avaliação da População e Viabilidade do Habitat (em inglês Population & Habitat Viabilty Assessment – PHVA), que permite pesar o efeito de todos esses fatores nos próximos 200 anos, foram estabelecidas as prioridades para salvar a espécie da extinção. 


Uma das conclusões do primeiro PHVA, feito em 1990, é de que é necessário ter 2.000 micos-leões-dourados na natureza em, pelo menos, 25.000 hectares de florestas, protegidas e conectadas, para considerarmos a espécie salva da ameaça de extinção. O objetivo é alcançar esta meta até 2025. 


Com muito empenho da AMLD e de cientistas, educadores, gestores públicos, conservacionistas e as comunidades locais, a população dos micos-leões-dourados chegou a 3.700 indivíduos, mas a população sofreu um baque forte com o surto de febre amarela em 2017. Em 2018 foi realizado um censo emergencial que estimou a população em 2.500 indivíduos na natureza. Cinco anos depois, um novo censo realizado pela AMLD e divulgado em 2023, estimada em 4.800 micos-leões-dourados na Bacia do Rio São João (área de atuação da AMLD).

No centro, Dr. Russsell Mittermeier (atual Presidente da Conservation International e Chair, IUCN Primate Specialist Group, na época do WWF-US) visitando o Projeto Mico-Leão-Dourado na REBIO Poço das Antas, 1983.
Atrás, da esquerda para a direita: Lou Ann Dietz, Dionizio Pessamilio, Adelmar Coimbra Filho, Beate Beck, Cecilia Kierulff, Andy Baker, Dr. Benjamin Beck, Dr. Carlos Ruiz Miranda, Dr. James Dietz. Na frente: Kate Bramante, Luiz Fernando Duarte de Moraes, Dr. Alcides Pissinatti, Denise Rambaldi, Andreia Martins, Dra. Devra Kleiman. A foto foi tirada em 1986 em uma reunião de pesquisadores de micos.
Atrás, da esquerda para a direita: Lou Ann Dietz, Dionizio Pessamilio, Adelmar Coimbra Filho, Beate Beck, Cecilia Kierulff, Andy Baker, Dr. Benjamin Beck, Dr. Carlos Ruiz Miranda, Dr. James Dietz. Na frente: Kate Bramante, Luiz Fernando Duarte de Moraes, Dr. Alcides Pissinatti, Denise Rambaldi, Andreia Martins, Dra. Devra Kleiman. A foto foi tirada em 1986 em uma reunião de pesquisadores de micos.​
Homenagem a Devra Kleiman e Adelmar Coimbra Filho, fundadores do programa de conservação do MLD. Foi tirada por Lou Ann na casa dos pesquisadores na REBIO Poço das Antas por volta de 1985.​
O maior desafio agora é garantir a proteção e conexão das florestas nessa região onde vive o mico. Além da restauração florestal, com plantio de mudas nativas da Mata Atlântica e corredores florestais, a AMLD desenvolve programas de educação ambiental na região.
1519
Mico na história

Primeira referência ao mico-leão-dourado no diário de viagem de Antônio Pigafetta, na viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães

1766
Na literatura

O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) foi descrito (Linnaeus, 1766)

1966
Lista para a conservação

O mico-leão-dourado é incluído no IUCN Red Data Book

1967
Comportamento

Primeira observação do mico-leão-dourado usando o oco de uma árvore como local para dormir

1968
Proteção

Primeira Lista Oficial Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção que deu proteção legal a L. rosalia, L. chrysomelas e L. chrysopygus.

1969
Proibição

A proibição da importação de MLDs é solicitada pela União Internacional de Diretores de Jardins Zoológicos

1974
Primeira Reserva

Criada a Reserva Biológica de Poço das Antas, a primeira do Brasil, para proteger o MLD

1979
CPRJ

Criado o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ/INEA), idealizado pelo primatólogo brasileiro Adelmar Coimbra Filho, pioneiro do programa de conservação da espécie

1983-2000
Reintrodução

Programa de Reintrodução de MLDs nascidos em cativeiro, em parceria com zoológicos de todo o mundo

1990
Reconhecimento

Comitê Internacional de Manejo para Leontopithecus rosalia é oficialmente reconhecido pelo governo

1992
Nasce a AMLD

 

Criada a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD)

1993
RPPN

Criada a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural na região, a RPPN Fazenda Córrego da Luz, em Casimiro de Abreu. Em 2022 há 26 RPPNs registradas

1994 a 1997
Translocação de micos

Translocação de grupos isolados de MLDs para a Fazenda União, atual Rebio União

1996
Ameaçados

L. rosalia, L. chrysopygus, e L. caissara listados como Criticamente Ameaçados e L. chrysomelas listado como Em Perigo na Lista Vermelha de Animais Ameaçados da IUCN

1998
Preservando a Mata Atlântica

Criação da Reserva Biológica União

2000
População

O número de MLDs na natureza chega a 1000

2002
Bacia Rio São João

Criação da Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio São João / Mico-Leão-Dourado

2002
Símbolo

Lançamento da nota de R$ 20 com o mico-leão-dourado

2003
Muda status de ameaça

O status de ameaça do mico-leão-dourado passa de Criticamente Ameaçado para Em Perigo de extinção

2003
Educação

Início do programa de formação continuada de professores em Educação Ambiental “Redescobrindo a Mata Atlântica”

2005
A meta

Elaboração por cientistas e conservacionistas da “Avaliação da viabilidade populacional e de habitat” onde foi definida a meta de conservação do MLD até o ano de 2025

2010
Reconhecimento

A AMLD ganha o Philadelphia Zoo Global Conservation Prize

2011
Viveiros

Início da implantação de seis viveiros de mudas nativas parceiros da AMLD para projetos de restauração ecológica

2012
Reconhecimento Equipe

A equipe do programa de Metapopulação da AMLD é reconhecida pelo Conservation Heroes, da Disney Worldwide Conservation Fund 

2014
Aumenta População

Realização de novo censo e a população estimada de MLDs na natureza chega a 3.700 indivíduos

2016
Visibilidade no Esporte

A bióloga Andreia Martins, da AMLD, carrega a tocha dos Jogos Olímpicos Rio 2016, representando todo trabalho de conservação da espécie

2017
Doença

Início do surto de febre amarela na área de ocorrência do MLD

2018
Aquisição Fazenda

Aquisição da Fazenda Igarapé pela AMLD e início da restauração de 90 hectares de florestas

2018
Publicação

Publicação do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça-de-coleira, que reconhece o esforço de conservação do MLD como política pública

2018
Data especial

Ministério do Meio Ambiente oficializa 02 de agosto como o Dia do Mico-Leão-Dourado

2019
Espaço novo

Inauguração da nova sede da AMLD

2019
Posto Avançado

Sede da AMLD reconhecida como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

2019
Reconhecimento Equipe

A equipe do programa de Educação Ambiental e Extensão Ambiental da AMLD é reconhecida pelo Conservation Heroes, da Disney Worldwide Conservation Fund

2020
Primeiro Viaduto Vegetado

Conclusão do primeiro viaduto vegetado em rodovias federais e do mais complexo sistema de passagens de fauna no Brasil na BR-101, área do MLD

2021
Imunizando os micos

Início do Programa de Vacinação dos micos contra a febre amarela

2021
Atuação ICMBio

ICMBio cria o Núcleo de Gestão Integrada Mico-Leão-Dourado para fortalecer a gestão das áreas protegidas federais na região

2022
Abertura Parque

AMLD completa 30 anos e abre ao público o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado

2023
Novo Censo

A AMLD divulga o resultado do novo censo da espécie, que atinge o patamar histórico de 4.800 micos na natureza.

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