Associação Mico-Leão-Dourado

Expedição do Projeto Dragonfly acompanha trabalho da AMLD pela conservação do mico-leão-dourado

É o quinto ano que os alunos de mestrado da Miami University em áreas relacionadas à conservação vêm para AMLD. Atividades incluem monitoramento, agroecologia e ecoturismo

Por Duda Menegassi

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Durante 12 dias, uma turma de 19 estudantes e dois professores da Miami University, de Ohio, nos Estados Unidos, mergulhou no clima tropical para conhecer a Mata Atlântica do Rio de Janeiro e acompanhar de perto o trabalho feito pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) e seus parceiros. A visita, realizada em junho, faz parte do Projeto Dragonfly, que combina aulas online com expedições transformadoras que levam os estudantes para diferentes destinos do mundo para aprender junto a iniciativas de conservação da natureza. A AMLD é um desses destinos. Depois de um hiato de dois anos durante a pandemia, a parceria foi retomada em 2022 e, neste ano, chegou a sua quinta turma.


O grupo acompanhou diversas frentes do trabalho realizado pela AMLD. Desde o monitoramento dos micos, às ações de agroecologia, educação ambiental, restauração, engajamento comunitário e de ecoturismo no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, em Silva Jardim (RJ).


“Ficamos muito honrados em sermos uma referência internacional no trabalho de conservação da natureza e em receber esses alunos todo ano”, comenta Luis Paulo Ferraz, secretário executivo da AMLD.


A expedição é composta por alunos de mestrado em áreas relacionadas à conservação da natureza. Na visita, além de ter a chance de observar o mico-leão-dourado na natureza e estudar seu comportamento, os estudantes também puderam aprender com a expertise da equipe de Metapopulação, que monitora a espécie há mais de 30 anos.


Outro destino importante foi o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, onde eles puderam ver os resultados da restauração florestal promovida pela Associação e visualizar os desafios da conectividade entre o pouco que sobrou de floresta no lar do mico-leão. Além disso, puderam entender o potencial do turismo para sensibilização e educação ambiental, e acompanhar o evento “Mico com Arte”, realizado no dia 17 de junho com apoio do FUNBIO e ExxonMobil.


“Algo que impactou todos nós foi ver as fotos de antes e depois e ver o quanto a vegetação já se recuperou em tão pouco tempo. Isso nos dá muita esperança”, conta Ashley, uma das estudantes do Project Dragonfly.


Os alunos também participaram de um Mutirão Agroflorestal no Sítio Capixaba, no assentamento Cambucaes. A área, vizinha à Reserva Biológica Poço das Antas, possui uma importância estratégica para a conservação do mico e a agroecologia é uma ferramenta valiosa para promover a conexão entre as populações de micos junto ao desenvolvimento sustentável. O sítio possui uma Sistema Agroflorestal (SAF) de café que foi implementado há cerca de 7 meses e o objetivo do mutirão foi enriquecer o solo e aumentar a matéria orgânica no sistema para ajudar nos cultivos das plantas mais exigentes, como o próprio café. A atividade foi feita pelos próprios alunos do Project Dragonfly junto com agricultores familiares e proprietários rurais da região.


A AMLD acredita que a conservação das florestas e dos micos está estreitamente relacionada ao bem-estar das comunidades locais. Por isso, o trabalho social não se limita aos agricultores da região. A parceria com as geladeiras culturais, bibliotecas comunitárias de Silva Jardim, é uma oportunidade de promover mais espaço para cultura, pro pensamento crítico e pro debate sobre o amanhã que queremos. A turma do Project Dragonfly participou deste debate em evento na Geladeira Cultural de Varginha.


Durante a visita, as meninas da geladeira apresentaram um desfile especial com roupas feitas de material reaproveitado. Além do reuso de diversos materiais, como tampinhas e sacos plásticos, as meninas esbanjaram auto-estima e empoderamento, valores fundamentais para que sejam cidadãs do mundo. Foi uma experiência emocionante e inspiradora, que reforça quão importante é promover o desenvolvimento humano para construir um mundo melhor para todos os seres vivos.


“A Associação Mico-Leão-Dourado é um dos três destinos do primeiro ano do curso porque permite uma visão integrada de diferentes assuntos. Tem o trabalho com a espécie, mas tem também toda uma visão de comunidade”, comenta Jill Korach, diretora assistente do Programa de Campo do Projeto Dragonfly.

 
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