O Dia Internacional do Mico-Leão-Dourado é celebrado todo ano, no dia 2 de agosto. Este ano, entretanto, a festa foi em dobro, pois se somou à celebração dos 30 anos de vida da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). Para marcar a data duplamente especial, a AMLD reuniu parceiros e pessoas ligadas à história de conservação do mico-leão para um domingo especial no final de julho (31) no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado.

Durante o evento, foram realizadas trilhas guiadas, show ao vivo com músicos do grupo Choro em Bossa, de Silva Jardim, e da Escola Portátil de Música Casa do Choro, atividade de educação ambiental infantil e plantio de mudas nativas de Mata Atlântica em homenagem às pessoas que já partiram, mas serão sempre parte desta história de três décadas. Houve ainda o lançamento de uma edição especial em homenagem ao mico da cachaça Tapinauã, produzida em Silva Jardim. Também esteve presente a cervejaria Cia de Brassagem Brasil, que traz rótulos que estampam e apoiam a biodiversidade brasileira, entre eles o pequeno macaco. A festa também contou com uma feira com artesãos locais da Associarte, de Silva Jardim e com a parceria da Farmita Orgânicos na alimentação. Ao todo, cerca de 250 pessoas compareceram à celebração no domingo.

A festa de 30 anos foi realizada com apoio da ExxonMobil, Funbio Brasil e da prefeitura de Silva Jardim.

A programação especial continuou na segunda-feira (1º), com o Seminário Internacional “AMLD 30 anos: passado, presente e futuro”. O evento, com transmissão online pelo Youtube, discutiu as três décadas de pesquisa e conservação do mico-leão-dourado, as perspectivas para conservação da Mata Atlântica, educação ambiental e o engajamento comunitário, a conservação integrada com os zoológicos e a restauração florestal como estratégia para garantir a conexão do habitat do mico.

Na terça-feira, dia 2 de agosto, a festa foi virtual com uma mobilização de zoológicos de todo o mundo que divulgaram e celebraram o mico-leão-dourado. Cerca de 40 zoológicos, de 11 países diferentes, participaram da celebração online em suas redes sociais. Atualmente, a espécie é cuidada e manejada em 156 zoológicos no mundo, sendo 14 apenas no Brasil.

O manejo ex situ, como é chamado esse trabalho realizado com o animal fora da natureza, foi um dos destaques das discussões que transcorreram durante a semana com a equipe, os sócios e parceiros da AMLD. A revisão de todo o planejamento estratégico da Associação ocorreu entre terça e sexta-feira. Foram dias intensos, com várias apresentações e discussões sobre quais os atuais desafios, metas e ações prioritárias. Os debates destacaram temas como a febre amarela e a vacinação, restauração florestal e o desenvolvimento do turismo no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado. Sempre com um olhar para o futuro e para o caminho que a AMLD deseja percorrer nos próximos anos.

A Associação-Mico-Leão-Dourado (AMLD) foi criada em 1992 para coordenar os esforços do programa de conservação da espécie, que teve início na década de 70. Na época, estimava-se que restavam cerca de 200 micos na natureza. O programa foi feito por meio da cooperação entre o Instituto Smithsonian/Zoológico Nacional de Washington, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF, extinto em 1989) e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (atualmente INEA-RJ), através do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ).